quarta-feira, 8 de novembro de 2017

ALMANHAC // A cenoura que comemos é um produto mutante

Rosualdo Rodrigues
Colunista de Variedades do Gastronomix

Sabe a cenoura de cor alaranjada, essa que costumamos comer cotidianamente? Ela nem sempre existiu, foi uma criação do homem. Portanto, é um produto mutante. Apesar de servir de alimento para os humanos desde a época dos gregos e romanos, esse legume só existia em duas variedades, a roxa e a branca (às vezes levemente amarelada).

Os romanos, inclusive, acreditavam que a cenoura tinha poder afrodisíaco, por isso ela era bastante comum entre eles. Mas, com a queda do império romano, a plantinha sumiu do mapa e só voltou a ser cultivada na Europa no século 10, trazida pelos árabes.
Somente no século 16 é que agricultores holandeses resolveram criar a cenoura alaranjada, dizem que para homenagear Guilherme I, Príncipe de Orange, que tinha essa cor em seu brasão. Do cruzamento dos outros dois tipos, saiu essa que conhecemos, que teria ficado mais popular por ter resultado mais doce e mais saborosa dos que as originais.

Em 2002, uma rede de supermercados britânica tentou “relançar” a cenoura roxa. Não obteve muito sucesso, embora, desde então, a roxinha seja eventualmente encontrada no Reino Unido. Mas se você reparar bem, às vezes as cenouras trazem um certo arroxeado na base.. Lembranças do passado.

Fontes: “Uma História Comestível da Humanidade” (Tom Standage), sites Today I Found e Megacurioso. Foto: 123rf.

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